Um tempo de sol,com umas nuvens que vão escondendo o sol,com um céu azul lindo,mas quando o sol novamente aparece tudo na terra fica mais luminoso,as pessoas sorriem.
Num jardim todos os dias à mesma hora chega um velhinho com os seus 80 anos de idade,senta se num banco de jardim,em frente a si observa o parque de diversões com crianças acompanhadas com os seus pais,pais a falarem sobre as suas mirabolantes histórias e aventuras das suas crias,expressões de contentamento,sorrisos alargados com brilho nos olhos,naquelas expressões de pais babados em que pensam que os seus filhos são os mais bonitos,os mais engraçados,os mais terriveis.
Aos olhos daquele velhimho,divaga,recorda a sua infância como era no seu tempo,como eram os seus pais,não havia naquele tempo tanta ternura assim,porque era uma vida dura de trabalho,o mais velho dos irmãos,o responsável por eles,enquanto os seus pais saíam pela manhãzinha e chegavam ao final da noite,só havia tempo para eles chegarem,tratarem da "janta",dar nos um carinho e ás vezes,nem todos os dias, e assim descansarem,porque logo passadas umas horas,recomeçava tudo de novo.
O velhinho recordava que mal tinha tempo para brincar quando era criança e não havia sequer tantas diversões de brinquedos e tantas cores nesses objectos,nessa altura tudo servia para brincar,como por exemplo,as casinhas dos passarinhos nas árvore,as pedrinhas que apanhavam na terra,umas cordas para amarrarem ás árvores,com nós bem fortes,entroncados nos troncos de árvores com uma tábuazinha no meio que servia de baloiço para brincar com os seus irmãos.Tudo tão simples sirvia para brincar,isto quando tinham algum tempo,porque durante todo o dia tinha que olhar pelos seus pequeninos irmãos,ajudava os a lavarem se,a vestirem se,,a calçalos e até quando havia alguma coisa para comer tinha de cozinhar e ele passava fome para pudêr deixar para os seus irmãos,4 irmãos,ele era o mais velho tinha apenas 9 anos.
Lá estava ele,o velhinho sentado no banco do jardim,onde observava uma das crianças muito bem vestida com uns calções que tinha uns desenhos,uma t shirt que tinha os mesmos desenhos dos calções,umas belas meias que fazia um lindo conjunto com a "vestimenta" e os tenis também a condizer e ele pensava,que bom vêr uma criança sorrir,tenho pena que nunca sorri assim e os meus irmãos pouco sorriam,eram pequeninos mas apercebiam se das dificuldades daquele tempo.Nós usavamos uma "camisolita" que nada tinha a condizer com as calças e sapatos nem os havia,só quando alguém fazia a caridade de noa dâr e só os usavamos em dia de festa ou ao domingo,quando íamos à igreija,para nós o dia da missa era bom,alegre,porque sempre encontravamos pessoas de aldeias vizinhas e aí havia tempo para conviver,as pessoas ficavam alegres nesse dia,um ritual de todos os domingos;era a nossa festa.
O velhinho,estava ali todas as tardes depois do seu almoço,vivia sozinho,tinha um filho mas nunca o via e pouco telefonava,ocupado sempre com o seu trabalho e começou a recordar novamente naquele tempo de criança dele isso nunca aconteceria,os pais dele podiam chegar tarde do trabalho,gente pobre,mas na luta para nos puder alimentar,vida de sacrificío,nunca se deitavam sem rezar connosco e dâr um carinho a todos nós,a mim e aos meus manos.Hoje aquele velhinho observava sim pais,que sem dúvida os amavam,mas a forma de carinho é diferente,é mais formal,em vez de passar a mão pela face,ou dâr um abraço apertado,sorriem só e dizem -sim senhora filho,conseguistes andar no escorrega.Um dos exemplos que ele observava.Pelo menos naquele tempo era tudo mais puro.
Sim é verdade que não havia tanta comunicação com os pais,hoje em dia já há muito mais e em maioria os pais evoluiram,são além de pais,são amigos,já não há tanto preconceito,falam como velhos amigos.
Mas o respeito já não é o mesmo,por esse prisma;talvez antigamente o respeito era respeito e não se tratava mal os pais,hoje em dia respeito não há,por termos tudo achamos que devêmos exigir mais deles que têm obrigação de nos dâr tudo,por isso quando nos negam algo,começa a falta de respeito,se fôr preciso mandamos dar lhes uma volta;enfim,exigentes hoje em dia,sem dó nem piedade,antes era mais simples,eram nossos pais e por mais que não nos tratassem ás vezes tão bem,eram nossos pais,acima de tudo e sabiamos que sem eles não estariamos ali,havia respeito e alguma admiração por eles;eram não só uns pais,eram nossos pais,quem nos deu à luz,Antigamente o conceito familia era importante,ajudar um velhinho era natural,velhinho era sinal de sabedoria e respeito;hoje em dia são velhos trapos que não servem para nada,pedras nos sapatos que só atrapalham a vida familiar...
Estou sentado neste banquinho e nenhuma criança me vê ,sou invisivel até para alguns pais,nem boa tarde!..esquecem se que um dia chegarão a velhinhos também ,os pais não respeitam os velhinhos como poderão no futuro os seus filhos respeitar os seus pais.
Todas as tardes era a mesma coisa,via sempre as mesmas caras e poucas pessoas lhe falavam.
Os seus irmãos já falecidos,ele o único vivo,seu filho nem se lembrava que ele existia,se precisava de ajuda,enfim secalhar errei;como estão agora os mais novos a fazer,não lhe incuti o respeito?o amor?a dignidade?ser humano?..,culpa minha,talvez,mas seria justo,afinal ele pensa por ele e eu sempre tratei bem os meus pais e os ajudei,sim porque afinal devia lhes isso,além de me darem vida,trabalharam,nunca desistiram dos filhos,os maiores sacrificados para puder dar nos alimentação que era sagrada e viviamos com tão pouco mas felizes,Será que fui eu que errei com o meu filho?Será que é a vida de hoje?a competividade da sobrevivência para o luxo...pode ser tanta coisa,mas eu sei que ele é meu filho e não me arrependo de o amor,de o alimentar,não posso ter errado asssim.
Recordações,falta de carinho,solidão de um velhinho.
Para ele aquele espaço,aquele jardim,aquele banquinho onde se sentava todos os dias era onde ía buscar apesar de tudo ser tão diferente,a força,a alegria de continuar a viver,porque ali sentia o calor humano,recordava de tudo; do seu passado,ali vivia emoções,lembranças das suas histórias,não se sentia tão só.
Sentia esperança que um dia olhassem para ele e viriam um velhinho que já viveu o bastante,velho sinónimo de sabedoria,de respeito e o nosso futuro.
Apenas uma pessoa,um homem com rugas,com peles descaídas,cabelos brancos,com pouca força nas pernas,os seus ossos desgastados,mas um sêr humano vivo que nos pode ensinar muito,o nosso espelho do amanhã.
Este velhinho imaginei neste conto,mas posso afirmar com toda a certeza,pois é o meu trabalho,porque sou apoiante domiciliária de idosos,que tirei todos estes sentimentos da minha pr´pria experiência que tenho diariamente com eles;é veridíco.Consciência falta aos humanos.
Tenho sonhos como todas as pessoas e mais uma vez digo vos que pensem nisto com carinho e incutam aos vossos filhos,mostrem que o futuro pode ser bem maisfeliz,falta generosidade,humildade,caridade e tantos outros adjectivos que poderia dizer,espero um dia sêr velhinha e tudo tenha melhorado,pelo menos que haja alguma criança que me admire,respeite e me diga boa tarde.. .
Graças a Deus que ainda à filhos incansáveis e alguns não sabem sequer o significado dessa palavra que é a solidão.
Consciência meus visitantes,deixem de ser egoístas,amanhã é a vossa vez,não vão ficar para sempre cheios de juventude;afinal somos mortais e para lá todos caminhamos,assim seja,mas c dignidade.
Sejam sábios,se ignorarem a velhice são ignorantes e nunca se esqueçam vão lá chegar.
FÁTIMA ANTÓNIO